13/ 05/
2013 às 18:18
Brasília - O senador
Alvaro Dias (PSDB-PR), na sessão plenária desta segunda-feira (13/05), fez coro
com as duras e veementes críticas do Conselho Federal de Medicina à pretensão
do governo Dilma Rousseff de contratar seis mil médicos cubanos para
trabalharem no Brasil. A entidade, em nota, condenou “a entrada de médicos
estrangeiros ou de brasileiros que obtiveram diplomas em cursos no exterior e
que não tiveram sua respectiva revalidação como solução para a cobertura
assistencial nas áreas de difícil provimento”.
Segundo afirmou Alvaro Dias, o CFM destaca que medidas como a da
contratação dos médicos cubanos “ferem a lei e configuram uma pseudo
assistência com maiores riscos para a população. Por isso, além de temporárias,
são temerárias por se caracterizarem como programas político-eleitorais”. O
senador salientou ainda a informação, retirada de dados do próprio Ministério
da Educação, de que nos últimos três anos os médicos estrangeiros que
realizaram o teste de validação de diploma apresentaram um índice de reprovação
de 99%.“A solução mágica para a saúde encontrada pelo governo – contratação de
seis mil médicos cubanos – é uma decisão temerária e que expõe a saúde da
população a risco potencial. Que a população brasileira necessita de cobertura
assistencial nas áreas de difícil provimento, isso ninguém questiona. Mas
precisam ser médicos qualificados”, disse o senador Alvaro Dias.O CFM sustenta que “ao contrário do que asseguram os defensores desta
proposta, estudos indicam que os médicos estrangeiros tendem a migrar para os
grandes centros a médio e longo prazos. No entendimento do CFM, a criação de
uma carreira de Estado para o médico do SUS – com ênfase na atenção primária
(com a previsão de infraestrutura e de condições de trabalho adequadas) –
asseguraria a presença de médicos e um efetivo atendimento nas áreas distantes
e nas periferias dos grandes centros.”No Plenário, o senador Alvaro Dias lembrou que a posição do CFM de que
os médicos cubanos podem ser mal preparados se baseia na baixa taxa de
aprovação desses profissionais no exame de revalidação de diploma de medicina
(Revalida). De 182 profissionais cubanos inscritos no teste, apenas 20 acabaram
aprovados. O senador paranaense apresentou também outros dados do Conselho
Federal de Medicina que mostram que 40% dos médicos registrados nos CRMs do
País não têm residência médica. “Isso compromete seriamente a formação
acadêmica. Pasmem: nos dois últimos anos, 12 mil médicos recém-formados não
entraram em vagas de residência médica, por ausência de vagas!”, asseverou o
senador.Ao destacar os preocupantes índices de reprovação de médicos
estrangeiros na revalidação de seus diplomas no Brasil, o senador Alvaro Dias
relembrou o que dizia o médico e ex-prefeito de Londrina, Dalton Paranaguá:
“Dalton, um grande homem público, ex-secretário de Saúde do Paraná, dizia que a
saúde do povo é a suprema lei. Não é a preocupação que se vê na intenção do
governo federal de trazer médicos cubanos sem a devida qualificação”.
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